quarta-feira, abril 18, 2007

Marillion - Aula Magna - 17 Abril



No passado dia 17 de Abril, os Marillion deram um excelente concerto na Aula Magna, em Lisboa. Com a maioria das músicas a recaírem sobre o último albúm de originais lançado este mês (Somewhere Else) e do anterior (Marbles). Pelo meio foram tocados alguns hits mas só da fase Steve Hogarth (de lembrar que o vocalista original, Fish, saiu da banda em 1988).
A sala esteve a cerca de 90% de público onde este não se cansou de aplaudir e cantar em uníssono o refrão de muitas das músicas. Claro que há sempre alguém que queria ouvir esta ou outra música, mas é difícil satisfazer todos os pedidos e para ouvir os hits da fase Fish... só mesmo vendo um concerto de Fish a solo. Eu pessoalmente prefiro esta fase Hogarth: um som mais progressivo, introspectivo... são gostos.
Não tirei fotografias do concerto, mas assim que conseguir algumas de outros amigos meus, coloco aqui.

Se quiserem ficar a conhecer melhor esta grande banda inglesa vejam estes sites:

http://www.marillionados.com/ (Fan Club Português)

http://www.marillion.com/

www.myspace.com/marillion

Um pouco da sua história recente:
Os Marillion são das bandas inglesas com mais álbuns gravados, no momento têm mais três álbuns que os U2 e mais dois que os Beatles.
Depois da saída de Fish em 1988 entra o vocalista Steve Hogarth, que trouxe nova energia para a banda. Hogarth juntamente com os restantes membros Steve Rothery (guitarra), Mark Kelly (teclados), Pete Trewavas (baixo) e Ian Mosley (bateria) revigoraram e redefiniram o som Marillion.
Para continuarem a fazer o som que definiram, cortaram o contrato que tinham com a editora EMI e criaram o sua própria etiqueta Intact/Racket Records em simultâneo com o site «marillion.com». Isso deu-lhes total liberdade criativa e também um contacto único e mais íntimo com os fãs.
Em 2001 o álbum «Anoraknophobia» foi “comprado” com 12 meses de antecedência por 12.000 fãs , garantindo assim o financiamento da gravação do álbum, o mesmo aconteceu com a obra-prima «Marbles» de 2004 , em resultado da comunicação gerada pelo site.
Agora, com o lançamento do próximo novo álbum «Somewhere Else» a banda poderá ter finalmente o reconhecimento que há muito merece.

quinta-feira, abril 05, 2007

Chernobyl, 21 anos






Faz este mês 21 anos que ocorreu o pior acidente nuclear da História: refiro-me ao Acidente de Chernobyl, na antiga União Soviética (Agora na Ucrânia, um pouco a norte da capital, Kiev).
A 20 de Abril de 1986, um teste de segurança a um dos reactores da central nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, correu mal. Houve uma explosão.
O número de mortos ainda não é certo: Aos 30 que morreram a tentar combater as chamas provocadas pela explosão, juntam-se vários milhares que morreram com doenças provocadas pela radioactividade

Deixo estes links interessantes para quem quiser saber mais sobre a zona de exclusão (30km ao redor da Central Nuclear).

http://www.kiddofspeed.com/chernobyl-revisited/ (De mota pela zona de exclusão – foto reportagem)

http://pripyat.com/en/



O texto seguinte foi retirado da revista “Visão” de Abril de 2006.

O símbolo de radioactividade, com o aviso «Não entrar» dá as boas-vindas a quem chega à aldeia de Bartolomeyevka, na Bielorússia. No entanto, das chaminés das casas de madeira sai fumo, ouve-se cães a ladrar e vê-se pessoas nas ruas, nos seus afazeres. Mas então, não há perigo em Bartolomeyevka? Há. Mas ao longo da última década, cerca de uma dezena de pessoas regressou, apesar de todos os avisos. «Não se pode fugir à morte», sentencia Ivan Muzychenko, de 70 anos. «Mais vale morrer da radiação do que de fome». E, juntamente com a mulher, vai apanhando cogumelos e criando uma vaca e um porco, indiferente aos avisos de que os vegetais e animais estão provavelmente contaminados.

Bartolomeyevka é uma das aldeias contaminadas na sequência do desastre nuclear de Chernobyl, há 20 anos. A 26 de Abril de 1986, uma explosão no reactor número 4, 400 vezes mais radioactiva que a bomba lançada em Hiroshima - lançou uma nuvem sobre grande parte do Norte da Europa. Duas décadas depois, o número de vítimas ainda é controverso. É unânime que pelo menos 31 pessoas morreram em resultado directo do combate às chamas. Mas muitos milhares vieram a sofrer de cancro na tiróide, por exemplo, e as Nações Unidas estimam que mais de 9 mil ainda venham a morrer de doenças oncológicas relacionadas com Chernobyl. Alguns activistas, como os da Greenpeace, dizem que este número será 10 vezes mais elevado.

O que podia correr mal... correu mesmo

O quarto reactor ia ser desligado para manutenção e os responsáveis de Chernobyl decidiram aproveitar esta rotina para levar a cabo um teste de segurança. As bombas de arrefecimento do reactor funcionavam a energia eléctrica e os engenheiros queriam verificar por quanto tempo as turbinas poderiam produzir energia suficiente para manter as bombas de arrefecimento a funcionar em caso de falha energética. Para tal, o sistema de arrefecimento de emergência do reactor foi deliberadamente desligado e o quarto reactor foi posto a funcionar a baixa energia, apesar de se saber da sua instabilidade nestas condições. Era a terceira vez que se tentava levar a cabo este teste.

À 1h23 de dia 26 de Abril, a energia do reactor aumentou drasticamente. Seguiu-se a explosão que lançou uma nuvem de fumo radioactivo e detritos a uma altura de cerca de mil metros. O vento encarregou-se de a espalhar e a conduzir sobretudo para a Bielorússia. Enquanto isso, na central nuclear de Chernobyl, as chamas consumiam, incontroláveis, o que escapara à explosão. Os bombeiros acorreram de imediato, mas a maioria sem fatos de protecção adequados.

No dia seguinte, a cidade bielorussa de Pripyat recebeu ordens de evacuação, operação que foi completada em pouco mais de duas horas e meia. O cenário repetiu-se em várias cidades ucranianas e russas. Vinte anos depois, assinaladas com o símbolo amarelo e preto do perigo radioactivo, algumas já não estão desertas, ainda que o alerta se mantenha válido. Como Ivan Muzychenko, de Bartolomeyevka, muitos acreditam que mais vale ser vítima das radiações que morrer longe de casa.